NALDOVELHO

ESPAÇO DEDICADO A POESIA

segunda-feira, julho 31, 2006

POETA CONFESSO


NALDOVELHO

É no caminhar incessante
por estradas rochosas distantes,
por acidentados e estreitos atalhos,
que eu construo os poemas que eu tento.
É na insônia intrusa e insistente
das madrugadas que eu sinto tão frias,
que eu colho as sementes que eu sonho
dos versos que eu teimo e proponho.
É lá dentro em minhas entranhas
que eu macero as palavras que eu tenho,
faz tanto tempo que eu as trago guardadas
em salmoura no silêncio dos meus ais.
É no parimento de tantos poemas
que eu exorcizo sentimentos antigos
e absolvo o homem que eu penso,
capaz de amar muito mais.