DIAS SOMBRIOS

NALDOVELHO
Serpentes sibilam satisfeitas,
sorrateiramente seguem sua sina,
peçonhentas procuram suas presas.
Cães guardiões permanecem em vigília,
farejam no ar o ataque eminente,
buscam inutilmente proteger os seus donos.
Nuvens pesadas dominam o ambiente,
pássaros feridos a procura de lenitivo.
É a mão do homem que novamente destrói,
semeia a dor, dissemina o ódio, constrói a guerra.
Não há nada de novo nas horas
e o Cristo continua sendo crucificado.
De nada adiantou o sorriso da criança,
a rosa jaz no chão despedaçada.
Notícias dos longes dão conta que o sonho
virou pesadelo nas mãos do carrasco.
Maria chora a morte dos seus filhos
e o diabo satisfeito, sorri.
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