NO ACONCHEGO DO TEU SER

NALDOVELHO
Quando o bico do teu seio atrevido sobre a camisa transpassa o tecido e aguça os meus sentidos, como manter o equilíbrio?
Como evitar o olhar diante da tua pele em chama? Como preservar a calma, se és fogo que incendeia e traz pra perto o perigo? E o que fica é só o desassossego!
Quando o outro bico, esse não tão atrevido, mais pra dissimulado, escondido na tocaia à espera do inimigo dá a perceber teu intento, como esconder o desejo diante de tão cálida imagem?
Se me olhas assim de soslaio e me mostras um carinho, um atalho, como conter os meus passos se tu me ofereces o abrigo?
Se é quente o colo que me espera, se é doce o veneno, a peçonha, como beber no teu corpo e não morrer de prazer?
Ah criatura estranha! Que respira tão perto e se assanha, que tece tuas teias de aranha, que escraviza e me faz renascer.
Ah! Se eu pudesse me despariria em ti por inteiro, só para viver protegido no aconchego do teu ser.
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