NALDOVELHO

ESPAÇO DEDICADO A POESIA

quinta-feira, agosto 31, 2006

MINHA POESIA



NALDOVELHO

Minha poesia é fruto de sumo ardido,
e evidentemente consentido,
cultivado no desassossego
que habita as minhas entranhas.
Minha poesia é colhida em tardes vazias
e nos desencontros desta vida,
e é a forma mais estranha
que eu conheço de exorcizar meus ais.
Minha poesia é visceral e tamanha,
que ao ser parida me arranha,
revela segredos guardados
e restabelece no homem a paz.
Minha poesia é vinho tinto e rascante,
é do bagaço da uva, a aguardente,
é urgência, é inconstância, é demência.
Controvérsias que a vida nos traz.
Minha poesia é tatuagem doída e querida,
cicatriz que eu trago na mente,
é o que me diferencia pela vida,
é a benção herdada do Pai.
Minha poesia é água que jorra da fonte
e incessante, embriaga e alicia,
e por paixão, envenena e vicia;
é a coragem de querer sempre mais.
Minha poesia é lágrima chorada pra dentro,
e a palavra certa é nostalgia!
É lua cheia em noite sedenta,
é saudade que nunca se vai.