NALDOVELHO

ESPAÇO DEDICADO A POESIA

segunda-feira, agosto 07, 2006

NEM SEMPRE...



NALDOVELHO

Nem sempre poesia, muitas vezes heresia,
enredo que não pode ser desfeito,
tramas, teias, dramas, grito espremido no peito,
histórias que o tempo fez questão de preservar.

Nem sempre são rosas, muitas vezes espinhos,
outras vezes são cortes, fraturas, entorses,
sangue coagulado, cicatrizes que ainda doem,
feridas que o tempo não foi capaz de curar.

Nem sempre fragrâncias, muitas vezes odores,
coisas cheirando a mofo, amareladas, apodrecidas,
resto de comida esquecida no forno,
coisas que o tempo não deu conta de dissipar.

Nem sempre vitórias, muitas vezes derrotas,
descaminhos estranhos, sem volta,
andar desequilibrado pela beira do abismo,
escolhas que o tempo deixou você tomar.

Nem sempre o poeta que existe em mim agüenta,
muitas vezes ele se ausenta, viaja nas funduras,
macera dores, nostalgias, amarguras
e depois de algum tempo voltar a sonhar.




1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Um breve agradecimento por tua pena que emociona e encanta.
Não tão breve é o sentido, o sentimento que tuas palavras,
deliciosamente subversivas, plantam.

11:15 AM  

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