NALDOVELHO

ESPAÇO DEDICADO A POESIA

sábado, novembro 25, 2006

NOITES INSONES



NALDOVELHO

É lá pelas tantas, quase madrugada, quando insone eu viajo a procura de um colo e abusado invado sorrateiramente o teu quarto e ao te ver adormecida ao travesseiro espremida, sinto que o meu corpo vai explodir de prazer, ao ver o teu corpo, atrevido em seus contornos, de tocaia a me espreitar sob as grossas cobertas, respiração macia, qual fruta em doce delírio, que eu saboreio sempre e sempre com redobrado prazer.

E a cada movimento teu eu transpiro o meu doce tormento e desejo, e fico assim como embevecido por tanta e tamanha delicadeza, que eu procuro me mover em silencioso cio, tentando ser lento e preciso para não te acordar.

Chego mais perto indecente, deito ao teu lado e te toco tão suave e intensamente que então pareces sonhar. Lentamente afasto as cobertas, desnudo o teu peito tão branco e fico feito criança a acariciar-te as sardas, sinais, tuas marcas. E um leve roçar de dedos atrevidos no bico do seio, faz-te ofegante e as tuas coxas num roçar instigante, em minhas mãos que te exploram sedentas e permeiam teus lábios molhados em busca do teu cheiro e seiva, que brotam deste jeito abundantes por entre as pernas, já agora entrelaçadas às minhas trêmulas pernas, minha paixão e martírio.

És água, és fonte, és rio, a brotar de todas as bocas. Teu corpo suado em meu corpo, minha boca a sugar teus seios, minha língua a percorrer segredos, recantos, dobras e fendas e a te levar a um longo e prazeroso orgasmo, só pra escutar-te os gritos, gemidos, pois este é o meu maior prazer.

Não demora amanhece lá fora, a noite já não é mais um abrigo. Eu me levanto e te vejo enroscada, o lençol todo molhado, dormes um sonho inocente e nem sequer conheces meu rosto. Ainda bem que sabes meu nome, que é para que eu possa te escutar, quando insone, sussurrar em completo delírio, a pedir que eu volte, sorrateiro, toda a vez que eu queira, e possa, para te saciar sede e para que eu possa me alimentar do teu corpo, quê, sem que tu saibas ou percebas, já tem as minhas marcas e não há mais nada que se possa fazer.