NALDOVELHO

ESPAÇO DEDICADO A POESIA

quinta-feira, janeiro 18, 2007

LONGE DE VOCÊ



NALDOVELHO

Longe de você
todos os dias serão nublados,
as manhãs cinzentas,
as tardes sonolentas
e as noites chuvosas
com madrugadas barulhentas
que é para não se conciliar
a insônia com o sono,
e ao amanhecer com olheiras
ficar patente o abandono
que o poeta costuma viver.

Longe de você a fumaça do cigarro
se mistura com a poluição do ambiente
e o pulmão reclama doente
por conta de um respirar afrontado
e do bater de um coração acelerado
que só faz viver desanimado
por não querer mais sofrer.

Longe de você
todo o amanhã será passado
e passará assim tão calado
que não dará a perceber
aquilo que eu tinha pra viver.

Longe de você
o que eu como não saboreio,
o que eu bebo se faz amargo,
e o que eu cheiro, rejeito enjoado,
e me dá um fastio danado,
coisas de um apaixonado,
desses que dá dó de se ver.

Longe de você
o violão se cala desafinado,
a poesia perde o encanto e a magia
do novo, do surreal, do inusitado
e o que se vê é só lamento, é solidão,
é desentranhamento,
de viver tentando um remédio,
uma vacina, um antídoto
para o tédio de viver sem você.

Longe de você
eu já não quero saber de outra dança,
se alguém convida, eu recuso!
Digo que estou cansado,
peço licença e saio apressado,
volto para o meu quarto tão frio,
e deito, assim solitário,
pedindo a Deus para parar de doer.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Sem palavras. Muito bom!

4:49 PM  
Anonymous Anônimo said...

parabens pelos poemas muito bem escritos , perder-se em suas palavras eh algo inacreditavel agradeço por poder compartilhar destes poemas tao maravilhosos

bjosss

Sucesso a ti

Atenciosamente

Emily Jorge Andalaft

8:28 AM  

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