NALDOVELHO

ESPAÇO DEDICADO A POESIA

segunda-feira, novembro 20, 2006

UM TEMPO PARA O AMOR



NALDOVELHO

Conceda-me um tempo
onde eu possa estancar o pranto
e possa brindar o encanto
do romance que eu não vivi,
por conta da dor de tê-la visto partir,
antes que pudesse chorar meus versos
em tantos outros poemas
de elegia ao amor derradeiro
que o poeta sonhou por inteiro,
mas que por tamanha inquietude
de dentro de suas entranhas,
não conseguiu fazer emergir.
Conceda-me um tempo
onde a dor não se perpetue em nós,
onde não hajam feridas, nem cortes,
e a solidão se faça ausente,
para que as escolhas sejam, sempre e somente,
as de consolidar em nós o amor que insiste
em sobreviver a tudo e a todos.
Conceda-me um tempo
e que seja um delicado momento
de música suave e ambiente,
de água de cheiro entranhada
por todos os cantos e lados,
de lua cheia e exibida
a iluminar nossos corpos,
deitados, enlaçados,
esquecidos e eternizados.
Conceda-me um tempo
para que eu possa expor meus guardados,
e ao sagrar no teu corpo um abrigo,

possa então encontrar a paz.